quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Fox - Talbot: um nobre aperfeiçoando a fotografia


Um TALBOTIPO - Os Jogadores de xadrez, por TalbotNa Inglaterra, um descendente de família nobre, membro do parlamento britânico, escritor e cientista aficionado, WILLIAM HENRY FOX-TALBOT, usava a câmara escura para desenhos em suas viagens. Na intenção de fugir da patente do daguerreótipo em seu país e solucionar suas limitações técnicas, pesquisava uma forma de impressionar quimicamente o papel.Talbot iniciou suas pesquisas fotográficas tentando obter cópias por contato de silhuetas de folhas, plumas, rendas e outros objetos.O papel era mergulhado em nitrato e cloreto de prata e depois de seco fazia seu contato com os objetos, obtendo-se uma silhueta escura. Finalmente, o papel era fixado, de modo imperfeito, com amoníaco, ou com uma solução concentrada de sal. Às vezes, também era usado o idodeto de potássio.No ano de 1835, Talbot construiu uma pequena câmara de madeira, com somente 6,30 cm2, que sua esposa chamava de "ratoeira". A câmara foi carregada com papel de cloreto de prata e, de acordo com a objetiva utilizada, era necessária de meia a uma hora de exposição. A imagem negativa era fixada em sal de cozinha e submetida a um contato com outro papel sensível. Desse modo, a cópia apresentava-se positiva, sem a inversão lateral. A mais conhecida nos mostra a janela da biblioteca da abadia de Locock Abbey, considerada a primeira fotografia obtida pelo processo negativo/positivo.As imagens de Talbot eram bastante pobres, devido ao seu reduzido tamanho de 2,5 cm2, se comparadas com a Heliografia de Nièpce, de 20,3 x 60,5 cm, obtida nove anos antes. Sua lentidão, seu tamanho, e sua incapacidade de registrar detalhes não causavam interesse ao público, em comparação aos daguerreótipos.Em 1839, quando chegaram à Inglaterra os rumores do invento de Daguerre, Talbot tinha aprimorado suas pesquisas e precipitadamente publicou seu trabalho e o apresentou à Royal Institution e à Royal Society. Sir Herchel logo concluiu que o Tiossulfato de sódio seria um fixador eficaz e sugeriu os termos: FOTOGRAFIA, NEGATIVO E POSITIVO.Um ano depois, o material sensível foi substituído por iodeto de prata, sendo submetido, após a exposição, a uma revelação com ácido gálico. Mas para as cópias continuou a usar o papel de cloreto de prata. O processo, que inicialmente foi batizado de CALOTIPIA, ficou conhecido como TALBOTIPIA e foi patenteado na Inglaterra em 1841. Talbot comprou uma casa em Reading, contratou uma equipe para produzir cópias, fotografou várias paisagens turísticas e comercializava as cópias em quiosques e tendas artísticas em toda a Grã-Bratanha."THE PENCIL OF NATURE", o primeiro livro do mundo ilustrado com fotografias, foi publicado por Talbot em 1844. O livro foi editado em seis grandes volumes com um total de 24 talbotipos originais e continha a explicação detalhada de seus trabalhos, estabelecendo certos padrões de qualidade para a imagem.Como o negativo da talbotipia não era constituído de um papel de boa qualidade como base de sensibilização, na passagem para o positivo se perdiam muitos detalhes devido à fibrosidade do papel. Muitos fotógrafos pensavam em melhorar a qualidade da cópia, utilizando como base o vidro.

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